IMPONTUALIDADE
Pontual é adjetivo e diz respeito àquele que chega
na hora marcada; exato no cumprimento das suas obrigações;
feito com exatidão ou no prazo combinado. Segundo o Moderno
Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis 2000
pontualidade é qualidade de pontual. E mais, que impontual
é aquele que não é pontual; que não
cumpre aquilo a que se obrigou; que impontualidade é
falta de pontualidade; qualidade de quem é impontual.
Aqui deve estar o motivo de muita gente não cumprir seus
compromissos, pontualmente, pensando ser isso uma qualidade,
achando que qualidade é, sempre, o que é bom ou
correto, quando de fato não é assim.
Acham bonito dizer que o povo inglês é pontual
e que o brasileiro é impontual por excelência.
E quando alguém chega a um compromisso pontualmente costumam
dizer “que pontualidade britânica”! Mas tal
frase, quase sempre não é feita a título
de elogio, como deveria, mas de crítica ou gozação.
Aqui no Brasil ou especificamente no Maranhão, dizem
que é chique a noiva chegar pelo menos com duas horas
de atraso à celebridade do seu casamento; que as solenidades
de colação de grau também podem ou até
devem atrasar, que é normal. Há quem convide alguém
para uma reunião às nove horas, mas quem convida
tem a falta de comiseração de chegar mais de uma
hora depois, achando que isso é normal para o brasileiro.
Alguns ‘cara de pau’ ainda riem e dizem simplesmente,
foi o trânsito... Outros que convidam para sua própria
casa e quando o convidado chega na hora marcada eles ainda estão
arrumando a casa...
Nas solenidades públicas, a justificativa para o atraso
de sempre, quando dada, é a espera de autoridade, como
se esta não devesse ser pontual, em respeito aos que
chegam pontualmente ao local do acontecimento.
Fui desconsiderado e ou desrespeitado pelos impontuais, mas
só uma vez para cada tipo de evento. Por isso, há
tempos não compareço a casamentos, colações
de grau ou reuniões onde o comparecimento de autoridade
seja obrigatório ou, ainda, em casa de quem não
me teve consideração. Todavia, também tive
há alguns anos o prazer de ver e ouvir um Padre anunciar
textualmente na Igreja o seguinte: “Meus irmãos
e minhas irmãs, que Deus esteja convosco. Informo-lhes
que fora marcado um casamento aqui hoje às dezesseis
horas e como já são dezessete e os nubentes não
chegaram, não celebrarei mais esse casamento. Desculpem-me
pelas falhas dos outros”. Ficamos nós, os convidados,
ao mesmo tempo aborrecidos com a falta de consideração
dos nubentes e satisfeitos pela atitude do Padre.
Ultimamente, tem acontecido comigo desconsideração
em clínicas ou consultórios médicos, com
esses profissionais da saúde sistematicamente chegando
com mais de uma hora de atraso e sem darem qualquer satisfação
aos ‘pacientes’, o que me tem forçado a procurar
outro médico ou outra clínica. Será que
foi para isso que nos apelidaram de pacientes? Além de
doente, sentindo dores, temos que ser pacientes e ou tolerantes?
Recentemente li um aviso em uma dessas casas de saúde
informando que o atendimento é feito pela ordem de chegada
e segundo necessidade médica. Será que essa necessidade
médica é para justificar o costumeiro atraso dos
médicos? E mais, tudo indica que os ‘pacientes’
conveniados são passados para trás pelos que pagam
à vista seus atendimentos, considerando que em determinada
consulta o atendente me informou, mediante pergunta, que eu
seria o 7º a ser atendido e eu lhe perguntei mesmo sendo
eu idoso e com senha preferencial e com poucos para serem atendidos?
Fiquei sem resposta.
Finalmente, chegaram mais pessoas e eu fui o penúltimo
a ser atendido. Será que no SUS é assim ou é
pior caro(a) leitor(a)?
*Advogado. Jornalista Colaborador (Registro DRT-MA nº
53). Grão-Mestre “AD VITAM’ do Grande Oriente
Autônomo do Maranhão – GOAM e Grande Inspetor
Geral da Ordem (REAA). E-mail: rocha.osvaldo@uol.com.br e site:
www.osvaldopereirarocha.com.br
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